sábado, 4 de janeiro de 2014

Coutinho Afonso na Wikipédia

Coutinho Afonso entrou na Wikipédia -
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coutinho_Afonso

Eis a página que consta agora nesta enciclopédia da Internet:


Coutinho Afonso


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Coutinho Afonso é uma pequena aldeia da freguesia de Algueirão-Mem Martins, no concelho de Sintra. Situa-se no nordeste dessa freguesia, no limite com a de Pero Pinheiro – coordenadas Latitude: 38º 49’ 31” N, Longitude: 9º 19’ 25” W, Altitude 155 m.

As origens de Coutinho Afonso remontam ao Paleolítico Antigo ou Superior – 600.000 a 100.000 anos antes de Cristo –, como o atestam escavações efetuadas em 1966 pelo arqueólogo João José Fernandes Gomes na "estação paleolítica de superfície da Casa Caída". De acordo com o arqueólogo, esse povoado manteria a sua ocupação pelo menos até ao Paleolítico Médio – 100.000 a 40.000 anos a. C. (GOMES, 1970: 151).

No período romano Coutinho Afonso era atravessada por uma “(…) grande estrada romana que ligava Belas, Suimo, Casal da Mata, Coutinho Afonso e irá provavelmente ter ao Ramalhão.” (OLIVEIRA: 1987).

As primeiras referências escritas serão de 1348, em notícias de aforamentos* de terras do Convento de Santa Cruz de Coimbra em Maria Dias e "Gontijnha Afonso" (AHS, Núcleo Silva Marques).

Em 1570, no “Livro da Fazenda e Rendas da Universidade de Coimbra”, Coutinho Afonso “(…) é citado duas vezes a propósito de propriedades: ‘… uma vinha e muitas propriedades de pam que trazem (isto é arrendadas) dezanove ou vinte pessoas do dito lugar’ Nestas duas citações, duas variantes gráficas: a 1.ª = Coutinha Afonso; a 2.ª Guontinha Afonso (…)” (MADAHIL, 1940).

A “Lista de Comarcas do Reino”, de 1640, refere que Coutinho Afonso pertencia à Vintena** de Cortegraça e tinha 5 vizinhos (JFAMM, 2013).

Em 1758, na sequência do terramoto de 1755, o Marquês de Pombal ordenou a realização das “Memórias Paroquiais”, um interrogatório enviado aos párocos para que estes inquirissem a população. O resultado desses inquéritos é publicado em 1758, referindo que o termo de Sintra possui 22 vintenas, sendo que a “(…) Ventena de Cortegasa tem quatorze lugares = Cortegasa, Continha Afonso, Barouta, Maria Dias, Palmeyras, Quintanellas, Das Gozmas, Das Vivas, Sam Miguel, Condado, Cabrafiga, Lapas, Urnal, Mourelena (…)”. Nessas Memórias é referido que “(…) Contim affonço (…) tem sinco famílias com vinte, e seis pessoas (…)” (AZEVEDO, 1998: 152, 175).

O terramoto de 1755 terá provocado fortes danos em Coutinho Afonso, sendo aí registado o único óbito da freguesia de Santa Maria, na qual se inseria então Coutinho Afonso; referem as “Memórias Paroquiais”: “Aos 2 de Novembro de 1755 passou da vida prezente Martins solteiro, solteiro, morador em Coutinho Afonso desta freguesia que morreu por cauza do terramoto e foi sepultado no adro desta Igreja de Santa Maria de que fis este assento que assinei. Por comissão, o cura Hierónimo Rodrigues Moura.” (AZEVEDO, 1998: 117).

Em 1838, no levantamento efetuado pelo Visconde de Juromenha no livro "Cintra Pinturesca", era referido que Coutinho Afonso tinha sete fogos (JUROMENHA. 1838: 93).

Em 1940 os censos populacionais de referem que Coutinho Afonso tinha então 51 habitantes. Os censos mais recentes (2011) indicam uma população de 84 habitantes.


Notas

*Aforamento – concessão por longo prazo ou perpetuamente da exploração ou usufruto de uma propriedade, mediante o pagamento de determinada renda.

**Vintena – forma arcaica de organização administrativa do território, já referenciada nas Ordenações Afonsinas, extinta com o Liberalismo, que agrupava vinte vizinhos, ou seja, chefes de família, em torno de uma 'cabeça', que correspondia a um lugar ou aldeia. Cada vintena tinha o seu juiz, eleito pela vereação camarária, estando subordinado ao juiz de fora ou ordinário (…). - in http://arquivomuseualenquer.blogspot.pt/2011/10/antiga-vintena-do-camarnal.html)


Bibliografia:

GOMES, José Fernando – Duas Novas Estações Pré-históricas na Região de Sintra. “Ethnos” revista do Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia, vol. VII. Lisboa: 1970.

ARQUIVO HISTÓRICO DE SINTRA (AHS) – Documentação medieval (Núcleo Silva Marques). Citado (por Rui Oliveira?) no sítio da Internet da Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins, consulta em Set.2013.

AZEVEDO, José Alfredo da Costa, 1982 – “Memórias Paroquiais, referentes a Sintra e seu termo (1758)”. In: Obras de José Alfredo da Costa Azevedo V – Memórias do Tempo, edição da C.M. de Sintra. Sintra: 1998.

AZEVEDO, José Alfredo da Costa, 1982 – “O Terramoto de 1755”. In: Obras de José Alfredo da Costa Azevedo V – Memórias do Tempo, Câmara Municipal de Sintra. Sintra: 1998.

MADAHIL, António Rocha – Livro da Fazenda e Rendas da Universidade de Coimbra em 1570. Coimbra, 1940. Citado por Rui Oliveira em ”O Rústico e o Pitoresco de Coutinho Afonso” in: jornal?, Jul.2000. p. 14.

JUNTA DE FREGUESIA DE ALGUEIRÃO-MEM MARTINS (JFAMM), sítio na Internet – “Da Época Medieval à Actualidade”. Consulta em Set.2013.

JUROMENHA Visconde de – Cintra Pinturesca, 1838. Reimpressão anastática da edição original. Câmara Municipal de Sintra. Sintra:1990.

OLIVEIRA, Rui – Breve História do Casal da Mata. In: “Jornal de Sintra” de 03/07/1987. Sintra: 1987. Blogue “Coutinho Afonso” – http://coutinho-afonso.blogspot.pt/. Consulta em Jan.2014.

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