domingo, 19 de junho de 2016

Coutinho Afonso, aldeia da freguesia de Algueirão-Mem Martins?

Aqui na freguesia de Algueirão-Mem Martins parece que atravessamos mais uma fase de "esquecimento seletivo".

Neste caso, a "patologia" tem a ver com os limites territoriais da freguesia, mais concretamente com a fronteira sul, que parece estar agora pelo Algueirão Velho, excluindo dessa forma a aldeia de Coutinho Afonso,

Vejamos:

Inexistência de meios que garantam a velocidade legal de circulação - a estrada que atravessa a povoação, na sua entrada no sentido Algueirão-Cortegaça, dispõe apenas de um semáforo que, como é facilmente comprovável, não é respeitado por mais de 90% dos condutores (aceitamos apostas...). Na realidade, a culpa do desrespeito pela infração é dos condutores, mas a responsabilidade por garantir a segurança das populações (idosos, crianças, animais - não existem gatos em Coutinho Afonso!), por assegurar que foram tomadas todas as medidas necessárias e adequadas para evitar acidentes muito graves, é de quem? Se a Junta de Freguesia considera que a situação tal como está garante a segurança das pessoas pensamos que o deve afirmar sem qualquer ambiguidade...


Inexistência de passeios - julgamos que se trata da única povoação do concelho de Sintra que não tem passeios para peões!

Falta de desmatação, tyraduzida até em evidentes riscos para a segurança de peões e condutores:



Limpeza de linhas de água - desde há algum tempo que os pisos inferiores de algumas casas são sistematicamente inundados, certamente dada a falta de limpeza e desobstrução de linhas de água:

Dignificação do largo do "Rossio" - promessa antiga, a simples limpeza e ordenamento do maior largo da povoação, permitindo higienizar o local (nesta altura as carraças agradecem o fantástico estado de limpeza), "estabilizar" limites de terrenos e a criação de um espaço de lazer que possa ser usufruído não só pela população da aldeia mas pelos muitos fregueses e munícipes que passam por aqui.


Há ainda um grave aspeto de lesa-património público, mas sobre o qual "tiramos o chapéu" ao Presidente da Junta, Dr. Valter Januário, pela posição de defesa que tem tomado junto da CMS - trata-se do despudorado roubo de espaço público, incluindo vias de acesso à ponte medieval de Coutinho Afonso.

Na realidade, não obstante as várias visitas efetuadas pelo nosso caro amigo Dr. Valter Januário e dos encontros tidos com moradores de Coutinho Afonso com vista à resolução dos inúmeros problemas que afetam esta povoação da freguesia de Algueirão-Mem Martins, a situação "estabilizou" (negativamente, como se vê) completamente.

Permitam-nos"puxar dos galões", o que pode não ser muito politicamente correto nos tempos que correm, mas perante a gravidade das questões pior será não "situar a coisa": Coutinho Afonso é simplesmente uma das mais antigas povoações do país. Segundo a Wikipédia (https://pt.wikipedia.org/wiki/Coutinho_Afonso):
Existem evidências da ocupação no local já no Paleolítico Antigo ou Superior – 600.000 a 100.000 anos a.C. –, como o atestam escavações efetuadas em 1966 pelo arqueólogo João José Fernandes Gomes na "estação paleolítica de superfície da Casa Caída". De acordo com o arqueólogo, esse povoado manteria a sua ocupação pelo menos até ao Paleolítico Médio – 100.000 a 40.000 anos a. C. [1]
 No período romano Coutinho Afonso era atravessada por uma “(…) grande estrada romana que ligava Belas, Suimo, Casal da Mata, Coutinho Afonso e irá provavelmente ter ao Ramalhão.” [2]
 As primeiras referências escritas serão de 1348, em notícias de aforamentos de terras do Convento de Santa Cruz de Coimbra em "Maria Dias" e "Gontijnha Afonso" (AHS, Núcleo Silva Marques).
  Segundo o editor António Rocha Madahil, no Livro da Fazenda e Rendas da Universidade de Coimbra em 1570 (organizado, em 1570, por Simão de Figueiró, escrivão das rendas e bens da Universidade de Coimbra e publicado em 1940), citado pelo arqueólogo Rui Oliveira, Coutinho Afonso “(…) é citado duas vezes a propósito de propriedades: ‘… uma vinha e muitas propriedades de pam que trazem (isto é arrendadas) dezanove ou vinte pessoas do dito lugar’ Nestas duas citações, duas variantes gráficas: a 1.ª = Coutinha Afonso; a 2.ª Guontinha Afonso (…)”. [3]
 Lista de Comarcas do Reino, de 1640, refere que Coutinho Afonso pertencia à Vintena [nota 1] de Cortegraça e tinha 5 vizinhos. [5] [nota 2]
(...) 
Desculpem lá, mas das duas povoações-sede da freguesia, o Algueirão e Mem Martins, da primeira ouve-se falar no Neolítico (5.000 a. C. - 2.000 a. C.) e da segunda nem sequer isso. O respeito pelos antepassados, pela História, é reconhecidamente um dos principais sinais de desenvolvimento, inteligência e cultura...

Como todos sabemos, uma boa parte (a maioria) da resolução das questões aqui apontadas não cabe à Junta de Freguesia, mas à Câmara Municipal; sabemos também, porque tal nos é dito pela câmara, é que esta executa (e prioriza) essencialmente o que é sinalizado e proposto pela Junta  - e, dizem as "más-línguas", que o que se passa é que qualquer uma das questões que indicamos não se encontra no "caderno reivindicativo" da Junta de Freguesia...

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