De alguns desses vestígios centenários já falámos, agora vamos procurar identificar outros ainda muito mais antigos:
Mesmo no interior da povoação, em 1966 o arqueólogo João José Fernandes Gomes identificou a "estação paleolítica de superfície da Casa Caída".
Para tentarmos situar esses tempos na história, apresentamos um quadro com os períodos da Pré-história (e também da Proto-história), com as suas datas aproximadas:
Pré-história:
- Paleolítico* = 600.000 a. C. - 8.000 a. C.
- Mesolítico (ou Epipaleolítico) = 8.000 a. C. - 5.000 a. C.
- Neolítico = 5.000 a. C. - 2.000 a. C.
- Eneolítico (ou Calcolítico, ou Idade do Cobre) = 3.100 a. C. - 2.000 a. C.
- Bronze = 2.000 a. C. - 800 a. C.
- Ferro = 800 a. C. - 200 a. C.
- Paleolítico Superior (ou Antigo) = 600.000 a. C. - 100.000 a. C.
- Paleolítico Médio = 100.000 a. C. - 40.000 a. C.
- Paleolítico Inferior = 40.000 a. C. - 8.000 a. C.
Destacamos entretanto a história dessa descoberta: o arqueólogo encontrava-se em escavações na estação arqueológica "Penedo da Cortegaça" (situada no Penedo, na fronteira de Coutinho Afonso com Cortegaça - de que falaremos oportunamente), onde encontrou materiais/vestígios de uma época anterior à dessa estação; a hipótese que colocou foi a de que os povos do Penedo teriam recolhido essas peças nas imediações e as transportassem para o seu povoado.
Assim, efectuando prospecção a Sudoeste do Penedo, encontrou várias outras peças do período paleolítico no terreno agrícola Casa Caída. A partir desse espólio, das suas "técnicas", poder-se-á situar a estação da Casa Caída no tempo - as peças encontradas e as respectivas técnicas estão identificadas na página 153 da revista e desenhadas na figura 1 apresentada abaixo:
- Tayacense, Chelense - Paleolítico Superior (Hominídeos)
- Tayaco-Musteierense - Paleolítico Superior/Paleolítico Médio
- Mustierense - Paleolítico Médio (Homem de Neandertal)
Os naturais e habitantes de Coutinho Afonso podem de facto orgulhar-se de pertencerem a um dos poucos locais escolhidos pelos primeiros seres humanos para viver!
Uma última palavra, para agradecimento à Lisete pela ajuda para a publicação destes elementos, só possível graças a ela.
1 comentário:
Bem gostaria de ler o artigo da revista, mas só a 1.ª pg se consegue ampliar. Carlos Galrão
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