A Gilbardeira, também conhecida em Coutinho Afonso como "Javardeira", era
um dos símbolos do Natal da minha infância em Coutinho Afonso.
Nas semanas anteriores ao Natal, ia-se ao Penedo e colhia-se aí o musgo
e também a Gilbardeira, tendo o cuidado de não deixar que as suas "bolinhas"
vermelhas caíssem; estas flores/arbustos eram colocadas numa jarra com água e
mantinham-se verdes até muito depois do Natal. Depois de secas ainda podiam
servir para "vasculhos".
Coutinho Afonso é uma pequena aldeia da freguesia de Algueirão-Mem Martins, no concelho de Sintra. Situa-se no nordeste dessa freguesia, no limite com a de Pero Pinheiro, possuindo actualmente cerca de 100 habitantes.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Gilbardeira, a flor do Natal
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Festas de N. S. da Luz em Cortegaça
Da procissão das velas de ontem à noite, algumas fotos da sua saída de Coutinho Afonso:
A propósito dos Cargos e das Fogaças, uma descrição do Professor Joaquim Fontes em conferência ocorrida a 26 de Setembro de 1943 a propósito das Festas da Nossa Sra. da Natividade em Mem Martins(in http://www.jfamm.pt/sitemega/view.asp?itemid=282):
(...) A que aqui se realiza - a da Nossa Sra da Natividade - é um acontecimento local de grande importância. Caiam-se as casas, asseia-se tudo e as raparigas estreiam fatos novos. Êles querem encorporar-se todos na procissão, aonde vão com a maior compostura. São quasi todos festeiros. As oferendas de trigo, de azeite, de cêra e galinhas são frequentes. Os cargos têm grande pitoresco. Consistem êstes num certo número de bolos feitos com farinha de trigo (um alqueire ou meio alqueire, conforme a promessa), açucar, limão, canela, e pinceladas por fora a gema de ôvo. A êsses bolos dá-se o nome de fogaças. Há as redondas e elípticas, com os bordos multilobulados. Na sua face superior há um
enfeite serpentifome. Esta figura ofidica representa vestígio de um culto pré-histórico, há muito perdido. O povo não sabe o que quer dizer aquele desenho.
São as fogaças colocadas numa armação de madeira a que dão o nome de cepo. Êste consta dum pau arredondado, mas de diâmetro sucessivamente maior decima para baixo. A sua altura varia entre 0.8m e 1m. O todo assenta sobre uma base mais ou menos floreada. Aqueles têm diferentes alturas, conforme o tamanho das fogaças, que se prendem à haste vertical por um dos seus bordos, com uma fita. Sobre as rodelas de madeira colocam-se as de forma arredondada. O cepo é forrada de papel de seda, depois tudo é envolvido por largas fitas de seda, de cores variadas. Na extremidade superior espeta-se uma maçã e nesta, em forma de pendão ou bandeira o registo de Nossa Sra da Natividade. Quatro arcos de flores de papel e envolvem a maçã. O cargo tem direito a uma medalha especial.
Na manhã do primeiro domingo de Setembro, a música percorre as ruas de Mem Martins, apresenta cumprimentos ao juiz e faz a recolha dos 'cargos' que são conduzidos em procissão à capela no Rossio da Fonte. Então uma mulher transporta-os à cabeça, acompanhada por um homem, todos asseados, fazendo brilhar ao sol as medalhas dos festeiros, ricas às vezes em ornamentação.
Depois os 'cargos' são benzidos e leiloados à porta da capela as respectivas forgaças. Eu não gosto dêstes bolos mas há quem os aprecie muito. Atingem às vezes bem bom dinheiro.Joaquim Fontes - professor da faculdade de Medicina, arqueólogo, vereador em Sintra, secretário-geral, conservador do museu de Odrinhas, sócio honorário e presidente da Associação de Arqueólogos Portugueses durante dezassete anos .
domingo, 4 de setembro de 2011
Aniversario das "Raposas Sem Eira"
sábado, 3 de setembro de 2011
Festas de N. S. da Luz em Cortegaça e Coutinho Afonso
As festas iniciam-se no dia 07 de Setembro, às 21H30, com a Procissão das Velas, com saída de Coutinho Afonso. Às 22H30 realiza-se um baile com o conjunto "Enigma 3".
No dia 08 - dia de N. Sra. da Luz -, inicia-se às 15H30 em Coutinho Afonso a recolha dos tradicionais cargos, após o que, às 16H30, se realiza a Missa Solene, seguida da Procissão. Às 18H30 é a abertura do Arraial e concerto pela Sociedade Filarmónica I. F. R. das Lameiras; às 22H00 baile com o conjunto "Renascer".
Dia 09 realiza-se às 18H00 a tradicional garraiada, e às 22H00 mais um baile com o conjunto "Magos do Ritmo" e a actuação do Grupo de Concertinas de Filipe Oliveira.
As festas de 2011 encerram no dia 10, às 17H00, com uma tarde do folclore pelos Rancho Folclórico "As Lavadeiras do Sabugo" e Rancho Folclórico da Casa do Minho em Lisboa.
Um agradecimento à Maria Gertrudes pelo cartaz das festas.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Dia de S. Pedro
Para celebrar o dia de S. Pedro, alguns S. Pedros originários da arte popular (mais especificamente do "figurado de barro", como agora se designará a cerâmica popular) de Barcelos:
Peça de Júlia Ramalho (altura = 180 mm).
Júlia Ramalho é neta da sobejamente conhecida Rosa Ramalho (1888-1977).
Não resistimos ainda a apresentar um Cristo do patriarca Domingos "Mistério" (altura máxima = 140 mm):
sábado, 11 de junho de 2011
Figuras do Algueirão - Joaquim Rodrigues
Socorremo-nos de um artigo publicado no jornal da sua terra - Castanheira de Pera -, "O Castanheirense" n.º 1765, de 30-09-2004, para traçar o retrato de "Uma vida a favor da comunidade":
Joaquim Rodrigues:
Uma vida de trabalho a favor da comunidade
Sabia que no concelho de Sintra, em Algueirão-Velho, existe um largo a que a toponímia sintrense atribuiu o nome de um castanheirense? E que nesse largo, a população ergueu um busto em memória deste nosso conterrâneo?
Leia uma história, que para além de nos encher de orgulho, como castanheirenses, é um exemplo de humanidade e dedicação ao próximo. Desinteressadamente, apenas pela sua enorme necessidade de ser solidário.
A sua maior dádiva à Sociedade não foi em espécies ou dinheiro, embora tivesse despendido algum, mas sim em disponibilidade e trabalho em prol da comunidade, sendo por estes predicados que ficará para sempre ligado à história desta localidade sintrense.
Nasceu no Fontão, em 14 de Maio de 1913. Como tantos castanheirenses de então, as opções de futuro na terra natal eram poucas: indústria de lanifícios ou lavoura. Ambas tinham horizontes de pobreza. Cedo os seus pais ponderaram em o mandar para a zona de Sintra, para o tio Joaquim, que ali tinha um pequeno comércio.
E com apenas 8 anos e meio, o nosso Joaquim chegou à Várzea de Sintra, trazendo calçados os tamancos, cuja chapa amarela tinha areado durante as longas horas de viagem, até brilhar como ouro!
Ainda menino, aos 10 anos, emprega-se na firma José Lopes Miranda, em Algueirão Velho, tendo como patrões Crispim e Artur Lopes Miranda, e nesta casa comercial fica até morrer, durante 63 anos. Durante estas mais de seis décadas, nunca gozou férias, e as únicas folgas que teve era para se deslocar à terra (Fontão, Castanheira de Pera), por ocasião de algum casamento, baptizado ou funeral de familiares.
Foi casado com Maria das Dores Gomes Rodrigues, tendo da união do casal nascido dois filhos, Maria Estefânia e José António.
O seu espírito solidário leva-o, desde que a idade o permitiu, a colaborar activamente em instituições onde pudesse ser útil. Teve como parceira prioritária a Sociedade Recreativa e Desportiva do Algueirão, onde foi tesoureiro durante 40 anos, mas também as Casas do Povo da região, onde era feita a assistência médica à população, chegando a ser responsável, simultaneamente, pelas Casa do Povo de S. Pedro de Penaferrim (S. Pedro de Sintra), e de Santa Maria e São Miguel de Sintra. Fez também parte da Junta de Freguesia de Algueirão. Em nenhuma destas instituições ocupou lugares de presidência ou remunerados, e todo o seu trabalho era desenvolvido em horário pós laboral: depois de longos dias de trabalho, e aos domingos.
Joaquim Rodrigues segurando, com o meu pai,
a bandeira dos Recreios Desportivos do Algueirão
Ainda na S.R.D.A. instituiu a sopa dos pobres, que durante anos serviu 15 refeições por dia.
Mas a sua obra maior foi o Centro de Assistência Médica, que ainda funciona em anexo à associação. Corriam os anos sessenta, e Joaquim Rodrigues apercebia-se que uma das graves lacunas da terra onde morava era a deficiente assistência médica prestada às populações. Esta advinha principalmente da falta de instalações capazes para o efeito. Idealizou então construir uma casa capaz de albergar um consultório médico onde a população pudesse ser atendida. Com a colaboração da instituição e da população do Algueirão, com um dia de trabalho de um, um saco de cimento ou um punhado de tijolos e telhas de outro, e principalmente com muito trabalho seu e de seu filho, José António, a obra passou de sonho a realidade.
Contratado um médico o Dr. Molarinho, por 2.500$00 mensais, o Centro passou a atender gratuitamente, toda a gente que ali se deslocasse, duas vezes por semana. Ainda nos dias de hoje, o Dr. Molarinho, actualmente reformado, continua a prestar serviço, agora voluntário e gratuito, no Centro, que entretanto mudou o nome para Centro de Assistência Social do Algueirão. Ainda lhe sobrou tempo para promover a construção do chafariz e lavadouros públicos da localidade.
Como homem intimamente ligado à comunidade, era com frequência solicitado para colaborar com a Comunicação Social, tendo sido correspondente do Diário de Notícias, O Século, Diário Ilustrado, e também do nosso jornal, O Castanheirense.
Na memória de quem o conheceu fica, para além da imagem de homem empreendedor, a de homem disponível. Para todas as situações em que pudesse ser útil. Desde a organização da procissão da Nossa Senhora das Mercês, de que era titular do bastão, que recebeu após a morte do antigo titular, o seu patrão Crispim Lopes Miranda, ou das Festas de São José, até à disponibilidade de ir a Sintra ou a Lisboa tratar de algum assunto de um vizinho, conhecido, ou apenas de alguém que lho solicitou, sabendo que Joaquim Rodrigues estava sempre disposto a ajudar.
A sua morte, em 24 de Fevereiro de 1986, causou grande consternação no concelho de Sintra, e no Algueirão em particular. O seu funeral, que encheu a Igreja, seguiu a pé para o Cemitério.
Três anos mais tarde, por deliberação camarária de 8 de Março de 1989, o Município de Sintra distinguia-o com a Medalha de Mérito Municipal – Grau 1- Ouro, cerimónia que decorreu nos Paços do Concelho de Sintra, em 17 de Junho do mesmo ano.
Notícia do falecimento de Joaquim Rodrigues ("Jornal de Sintra")
No dia 1 de Dezembro do ano passado, o povo do Algueirão-Velho prestava-lhe uma justa homenagem, inaugurando o monumento erguido em sua homenagem, no largo que tem o seu nome, e onde fica a associação a que dedicou grande parte da sua vida.António Carreira
Busto e Largo Joaquim Rodrigues
O Castanheirense agradece a José António Rodrigues, filho de Joaquim Rodrigues, as informações e as imagens que tornaram possível este artigo, bem como a Aldemiro Simões, que nos alertou para a premência de lhe ser prestada esta homenagem.
Notícia no jornal "Boletim 921" n.º 7. Ago.1984
Notas: a colectividade referida como "Sociedade Recreativa e Desportiva do Algueirão" trata-se dos RDA - Recreios Desportivos do Algueirão. As fotografias e outras imagens apresentadas neste post são da autoria do nosso blogue.
domingo, 15 de maio de 2011
Passeio para peões no Rossio
Após vários anos de insistência junto da Junta de Freguesia do Algueirão e de muitos sustos para os moradores, os serviços da DSU1 da Câmara de Sintra encontram-se agora a construir um passeio que possibilita a passagem do pontão sem entrar na estrada.
Para não esquecer - era assim:
Já agora mais uma notícia: as obras de construção da rede de esgotos de Coutinho Afonso, Raposeiras e Cortegaça arrancaram há cerca de 1 mês:
Visita Pascal "motard"
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Páscoa - a visita pascal dos motards
Em Coutinho Afonso a visita está prevista para as 11H35.
O programa completo das festividades da Semana Santa na freguesia de Pero Pinheiro:
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios - Sacotes
Essa iniciativa destina-se a chamar a atenção para a importância do património cultural, sendo dinamizada em Portugal pelo IGESPAR-Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, em cujo sítio da Internet se encontra inventário do património do concelho de Sintra para duas "categorias": Património Imóvel e Património Arqueológico - http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPASearch.aspx?id=0c69a68c-2a18-4788-9300-11ff2619a4d2
Mas é no sítio da Internet do IHRU-Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, na ligação para o SIPA-Sistema de Informação para o Património Arquitectónico - http://www.monumentos.pt -, que encontramos aspectos menos conhecidos do património da nossa freguesia.
Extraímos duas fichas sobre património da povoação de Sacotes:
CRUZEIRO DE SACOTES
Arquitectura religiosa, vernácula. Cruzeiro em cantaria, composto por plinto paralelepipédico e por cruz latina.
DESCRIÇÃO
Cruzeiro em cantaria de calcário, constituída por um alto plinto paralelepipédico, onde se ergue uma tosca e pequena cruz latina, com braços de secção sensivelmente quadrada. As duas componentes articulam-se por encaixe do braço maior da cruz em reentrância escavada na face superior do plinto.
ACESSOS
Largo das Forças Armadas, em Sacotes
PROTECÇÃO
Em estudo
GRAU
3
ENQUADRAMENTO
Urbano, isolado, implantado no extremo de um terreiro murado, elevado relativamente à via pública, onde se integram vários canteiros circulares com árvores e algum equipamento para divertimento infantil. Surge num canteiro rectangular.
DESCRIÇÃO COMPLEMENTAR
Não definido
UTILIZAÇÃO INICIAL
Religiosa: cruzeiro
UTILIZAÇÃO ACTUAL
Marco histórico-cultural: cruzeiro
PROPRIEDADE
Pública: municipal
AFECTAÇÃO
Sem afectação
ÉPOCA CONSTRUÇÃO
Séc. 17 (conjectural)
ARQUITECTO / CONSTRUTOR / AUTOR
Desconhecido.
CRONOLOGIA
Séc. 17 - provável execução do cruzeiro; séc. 20 - arranjo da zona envolvente, transformada em jardim.
CARACTERÍSTICAS PARTICULARES
Cruzeiro muito simples, com um plinto desproporcionado relativamente à exiguidade do tamanho da cruz. Nem o plinto nem a cruz ostentam qualquer ornamentação ou registo epigráficos.
DADOS TÉCNICOS
Estrutura autoportante.
MATERIAIS
Estrutura em cantaria de calcário.
BIBLIOGRAFIA
Não definido
DOCUMENTAÇÃO GRÁFICA
Não definido
DOCUMENTAÇÃO ADMINISTRATIVA
Não definido
INTERVENÇÃO REALIZADA
Nada a assinalar.
OBSERVAÇÕES
Não definido
AUTOR E DATA
Teresa Vale e Carlos Gomes 1996
ACTUALIZAÇÃO
Não definido
FONTANÁRIO DE SACOTES
Arquitectura infraestrutural.
DESCRIÇÃO
Não definido
ACESSOS
Não definido
PROTECÇÃO
Não definido
GRAU
6
ENQUADRAMENTO
Não definido
DESCRIÇÃO COMPLEMENTAR
Não definido
UTILIZAÇÃO INICIAL
Infraestrutural: fontanário
UTILIZAÇÃO ACTUAL
Não definido
PROPRIEDADE
Não definido
AFECTAÇÃO
Não definido
ÉPOCA CONSTRUÇÃO
Não definido
ARQUITECTO / CONSTRUTOR / AUTOR
Não definido
CRONOLOGIA
Não definido
CARACTERÍSTICAS PARTICULARES
Não definido
DADOS TÉCNICOS
Não definido
MATERIAIS
Não definido
BIBLIOGRAFIA
Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 2º Volume, Lisboa, 1959.
DOCUMENTAÇÃO GRÁFICA
Não definido
DOCUMENTAÇÃO ADMINISTRATIVA
Não definido
INTERVENÇÃO REALIZADA
Não definido
OBSERVAÇÕES
EM ESTUDO
AUTOR E DATA
Patrícia Costa 2004
ACTUALIZAÇÃO
Não definido